sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Ex-Voto De Lucília Monteiro Apresentado Na Galeria Porta 33




Às 18 horas, na galeria Porta 33, ilha da Madeira, terá lugar a apresentação do trabalho de Lucília Monteiro, um livro e uma exposição intitulada Ex-Voto, patente até 27 de Fevereiro de 2016. Após a apresentação, a autora junta-se ao geógrafo Álvaro Domingues e ao poeta madeirense José Tolentino de Mendonça para uma conferência.

A escritora Lucília Monteiro nasceu em 1966 em Santa Cruz, na ilha da Madeira. Formou-se no Curso Superior de Fotografia na Escola Superior Artística do Porto e tornou-se mestre em “Fotografia e Cinema Documental”. Como fotojornalista, realizou diversos trabalhos, entre os quais destacam-se as reportagens sobre a guerra na Bósnia (1995), o golpe de Estado na Venezuela e a guerra em Angola (2001). Vencedora do Prémio “Imprensa Troféu Beatriz Ferreira” em 2004, exerce actualmente funções na revista “Visão” e no jornal “Expresso”.

Sobre a exposição em questão nesta publicação, a autora sintetiza o seu trabalho (retirado de http://www.porta33.com):

O projecto ex-voto pretende, em primeira instância, documentar uma tradição religiosa que, ao longo do tempo, tem vindo a perder-se. Os ex-votos integram um ritual antigo que expressa a fragilidade dos homens e a omnipresença de Deus, ecoando o sacrifício, a entrega de um pedaço de si mesmo como pagamento da retribuição da divindade. Este ato de fé materializa-se em diferentes formas que, tradicionalmente, seriam partes do corpo em madeira ou cera mas que rapidamente se expandiram para outras expressões como a roupa, objectos de pessoas, monumentos, fotografias, pinturas.

No trabalho aqui apresentado, a escolha centrou-se nos ex-votos de cera e nos ex-votos fotográficos, ambos representantes simbólicos da era da reprodutibilidade através do negativo ou molde que permitem a sua multiplicação. Deste modo, o estudo partiu de um questionamento prático da relação entre o humano e o divino através do corpo representado e aprofundou a função da fotografia como mediadora, não só da relação do crente com a representação do seu corpo - o seu lugar - mas também da relação entre o objecto - a representação - e o divino. Procura-se assim elaborar uma reflexão sobre o corpo contemporâneo, o corpo do ‘Eu’ e os seus simulacros através da problematização da necessidade que o Homem sempre demonstrou em representar-se, tanto na arte como na religião.


Fonte: porta33 e dnoticias.pt.

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