Visando o convívio entre vários grupos de
teatro dos Açores, decorrerá a "17.ª edição do Juvearte" no Teatro
Micaelense, em São Miguel. O
evento, promovido pela Associação de
Juventude de Candelária, começará amanhã, prolongando-se até o dia 19 de
Novembro.
Os três dias do
festival serão preenchidos com três obras de teatro que têm início marcado às
21h30. No dia da abertura é encenado “O
Auto da Compadecida”, uma obra do dramaturgo Ariano Suassuna,
realizada pelo Grupo de Teatro Alpendre,
sob a direcção de Válter Peres. Já
no dia 18, é a vez do Teatro Invisível
brilhar em palco com “A Visita”,
peça escrita e encenada por Moncho Rodriguez. O desfecho do
festival é da responsabilidade do Grupo
de Teatro 'A Jangada', que representa “Portugal
a dar à Costa”, uma revista à portuguesa.
“Auto da Compadecida”
"O 'Auto da Compadecida' conta as peripécias de João Grilo, um pobre
mas esperto “amarelo” que vai sobrevivendo de “pequenos golpes”, ao lado do seu
companheiro, amigo, quase irmão mas um pouco menos esperto, o medroso Chicó. É
em Taperoá, uma pequena cidade do interior do sertão brasileiro, que as
aventuras e desventuras de João Grilo e Chicó acontecem: um enterro religioso
de uma cadela; um gato que “descome” dinheiro; porcas cheias de moedas;
invasões de vingativos cangaceiros… Enfim, tudo serviu ao dramaturgo brasileiro
Ariano Suassuna para expor costumes e fazer uma divertida e acutilante
crítica social, onde nada nem ninguém escapa, desde a terra até ao Céu."
“A Visita”
" 'A Visita' conta a história de António, sobrevivente numa aldeia
deserta. António é aquele que ficou esquecido, testemunho do vazio. A terra
deserta, a tradição deserta. A identidade esquecida. Sem ser explícito,
António, denuncia a perda da nossa identidade cultural, no conflito entre a
tradição e a modernidade.
O drama de um
homem que ficou esquecido numa aldeia deserta, pode simbolizar o deserto de
tantos outros, numa sociedade que se distancia, cada dia mais, do próprio
homem."
“Portugal a dar à Costa”
“Como todas as histórias, aquelas que
terminam sempre com aquele final por todos desejado [… e foram felizes para
sempre…], começam todas por [Era uma vez….], mas esta História, mudará o rumo,
não do país, não do arquipélago dos Açores,
mas da História, e vai começar por: [Aconteceu mesmo uma vez….].
Ei-lo que chega,
valente marinheiro de mares, ondas e praias por poucos navegados, vindo
directamente de África para o Arquipélago dos Açores, com a destemida e
valentia coragem, não sem antes, ao chegar ter dado duas valentes cabeçadas no
“calhau”, e emergir, sem fôlego com pesadas e visíveis mazelas, que ela
assustada logo se insurgiu:
Ela: – Ai, mas
você está ferido! O melhor é chamar o INEM!
Ele: – INEM???? Nos Açores ???? UUAAUUU !!!!!!
Ela: – Realmente!
Ouça lá, mas quem é que lhe foi ao olho?!
Ele: – Foi um
africano!
Ela: – Ai, credo!
Eu sempre ouvi dizer que eles a tinham……..”
Fontes: azorestoday.com,
Teatro Micaelense, evensi.pt.
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