O Núcleo Museológico do Caniço organizou
a primeira palestra das muitas que visa preparar ao longo do ano, “Presença Madeirense na Caraíbas”
dirigida pela professora universitária Jo-Anne Ferreira. Assistiram num total de 53 pessoas.
À partir da década de 1830, a falta de emprego e de
condições de vida degradantes em conjunto com as perseguições religiosas
levaram a que a população dos arquipélagos portugueses saísse da sua terra para
várias partes do mundo. Um dos destinos desses portugueses foi o Caribe, já que nesta região existia a
necessidade de mão-de-obra europeia. A primeira tentativa de entrar nesta zona
do continente americano por parte dos Portugal deu-se a cabo por uma embarcação
açoriana ilegal, que descoberta, acabou por não poder deixar os seus
tripulantes abandonar o navio. No entanto, outros compatriotas tiveram sucesso
na sua estadia no Caribe,
nomeadamente o povo madeirense. Hoje em dia são visíveis as diversas marcas lusitanas
herdadas pelos caribenhos e os lusodescentes: nomes de famílias, de ruas e negócios;
construções lusas, tais como a igreja de Escócia
de Santa Ana; associações de emigrantes portugueses; pratos da gastronomia
madeirenses e continental (“malassadas”, “bolo do caco”, “carne vinha d’
alhos”…); objectos da cultura regional como o “brinquinho”, etc.
Jo-Anne
Ferreira é uma investigadora cujas veias percorre sangue
lusitano, o que a levou a estudar Linguística
Portuguesa e voltar à “casa” dos seus antepassados, a ilha da Madeira para
assistir a um curso dado pela universidade regional e ainda partilhar os seus
conhecimentos culturais no Caniço.
Actualmente dirige projectos que visam salvaguardar a herança portuguesa no seu
país, Trindade e Tobago.
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